Jesus Cristo Segundo a História 

Escrito por Victor Amorim Mesquita (https://bloguevictoramorim081.blogspot.com/?m=1)

Apresentação 

Sem dúvidas, uma das Pessoas que mais influenciaram a história do mundo foi Jesus Cristo. Isto é tão visível que dividimos a história entre antes e depois dEle. Para os cristãos, Ele é Deus que se fez carne e habitou entre nós, vindo ao mundo para nós dar a salvação e pagar por nossos pecados. Algumas religiões não creem nisso, mas é raro ver alguém afirmando que Ele não foi uma Pessoa admirável e que mudou a história com os valores que Ele pregou.

Entretanto, quem de fato foi, segundo a história, esta Pessoa que dividiu a história do mundo em antes e depois dEle? Ele existiu mesmo? Se sim, o que Ele fez quando estava aqui na Terra? Ele era (e é) mesmo o Deus que se fez carne? Ele fundou uma Igreja? O que a história diz a respeito de todas estas questões? 

É acerca delas que o presente trabalho tratará: Quem foi Jesus Cristo segundo a História?


Parte 1: Jesus Cristo existiu?

Os Relatos Cristãos

O relato histórico mais importante que se tem dado na história sobre a pessoa de Jesus são os próprios relatos cristãos, que dão detalhes da vida dEle.

Os relatos cristãos são os seguintes: os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João); as cartas de São Paulo; o Didáque e os textos patrísticos: as cartas de São Clemente Romano; os textos de Santo Inácio de Antioquia; as cartas de Policarpo de Esmirna; o livro “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesárea; os textos de Tertuliano etc.

Todos estes textos afirmam que Jesus existiu.

Ora, estes textos são fontes históricas, visto que são escritos bibliográficos que narram determinado período histórico, logo, são marcas do homem na história. Toda marca do homem na história é uma fonte histórica.

Todavia, os relatos cristãos não são fontes históricas quaisquer, são fontes grandíssimas. Isto se da pelos seguintes motivos:

Primeiro, todos estes onze relatos citados aqui dos cristãos foram todos escritos por pessoas diferentes que não podiam ter contato no momento da escrita, em tempos diferentes, em em lugares diferentes, e contam todos a mesma história, alguns apenas acrescentam mais detalhes e outros menos, todavia, não há nenhuma contradição entre eles (algo muito improvável caso a história de Jesus tivesse sido inventada);

Segundo, os relatos cristãos foram sendo passados de geração em geração até chegar nos dias de hoje, logo, as pessoas da época acreditaram nos relatos, se não acreditassem não teriam passado os relatos para frente e eles não teriam chegado nos dias de hoje. Ora, as pessoas da época podiam saber se o relato é verdadeiro, posto que os relatos relatam que Jesus era uma pessoa pública e que todos O conheciam e viam Seus milagres. Se ninguém na época tivesse visto isto, iriam logo ver que os relatos eram falsos e não iriam passá-los para frente. Porém, passaram os relatos para frente, logo, acreditavam que eles eram verdadeiros, logo, eles são verdadeiros;

Terceiro, ainda considerando que as pessoas da época podiam saber se os relatos eram verdadeiros, eles davam a vida para testemunhar que os relatos eram mesmo verdadeiros. Prova disso é que os primeiros cristãos eram martirizados no Império Romano sob o governo de Nero, onde houve, segundo os relatos da época, centenas de milhares de mártires, segundo os relatos atuais, cerca de 18 mil mártires. Independente de qual fonte seja verdadeira, é certo que houve um bom número de mártires. Inclusive, muitos dos próprios discípulos de Jesus, que tinham absolutas condições de saber se os relatos eram verdadeiros ou falsos, como São Mateus, São Pedro etc., aceitaram o martírio, poder-se-ia dizer que pessoas de outras religiões também morrem por elas, pois vemos muçulmanos morrendo pelo Islã, todavia, nenhum destes possuem absoluta condição de saber se a religião deles é verdadeira ou não. No caso dos mártires cristãos, tal não ocorre, como foi visto;

Quarto, existiam na época outras pessoas que diziam ser eles o Messias, o Filho de Deus, que eram chamados de “anaquins”. Porém, somente a crença em Jesus e os relatos cristãos, mesmo sob tanta perseguição, chegaram até hoje.

Portanto, conclui-se que Jesus existiu pelos relatos cristãos.

Relatos não cristãos

Passemos agora para os relatos não cristãos que demonstram que Jesus existiu.

Relato de Flávio Josefo

O primeiro relato não cristão que podemos destacar é o relato do historiador judeu Flávio Josefo, que viveu no tempo de Cristo. Ele escreve o seguinte no capítulo 4 do 18º livro, no parágrafo 772 da obra “História dos Hebreus”:

772:

“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus que era um homem sábio, se é que podemos considera-lo simplesmente um homem. Tão admirável eram suas obras, ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas também por muitos gentios.

Ele era o Cristo, o mais ilustre entre todas as nações, entre os da nossa nação. Acusaram-no perante Pilatos e este ordenou que o crucificassem, os que haviam amado durante a sua vida, não o abandonaram depois da morte e lhes apareceu ressuscitado e vivo o terceiro dia como os santos profetas haviam predito, dizendo também que ele faria muitos outros milagres, é dele que os cristãos, os quais vemos ainda hoje tiraram o seu nome.”

Fonte importantíssima. O relato começa dizendo o seguinte: “Nesse mesmo tempo apareceu Jesus”, o historiador no entanto confirma que, de fato, Jesus existiu. Depois diz: “se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem”, ou seja, além de confirmar que Jesus existiu, o historiador, mesmo sendo judeu, aceita que pode ser que não possamos considerar este homem chamado Jesus de homem somente. Flávio Josefo está, no entanto, confirmando que é possível dizer que havia algo de sobrenatural em Jesus. Depois diz: “Ele era o Cristo, o mais ilustre entre todas as nações, entre os da nossa nação”. Ora, o historiador está nesta passagem confirmando que Jesus é, de fato, Filho de Deus, pois a palavra “Cristo” significa isto. Após isto, o historiador relata que várias passagens dos relatos cristãos são verdadeiros, como o fato de que Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos. Depois, confirma Sua ressurreição e Seus milagres, dizendo que, quando Ele ressuscitou, prometeu que faria outros milagres. Ora, se Ele prometeu que faria outros milagres, é porque ele já fez milagres. Após isto, confirma que os cristãos da época tiraram seus nomes dEle, confirmando que Ele fundou uma religião, posto que os cristãos eram religiosos.

Alguns afirmam que esta passagem é uma interpolação, todavia, não existem evidências disso.

Relato de Tácito

Outro relato não cristão importantíssimo é o do historiador Tácito.

O historiador Tácito escreve em seu compêndio Anaias, por volta de 115 d.C, no capítulo 44, que Nero incendiou Roma e colocou a culpa nos cristãos, e disse que o os cristãos possuíam este nome devido a Cristo, que viveu durante o Império de Tibério e havia sido sentenciado por ordem de Pilatos, procurador da Judeia.

O historiador Edmilson Cruz diz o seguinte a respeito desta fonte: “Veja, esse relato é escrito em 115 e todo o fato narrado ocorreu no ano 33, são mais de 70 anos depois da morte de Cristo e nós temos um relato confirmando que o Imperador Romano na época era Tibério, que Pilatos estava na Judeia e mandou julgar Cristo, exatamente como está nas Escrituras, no relato dos Papas e no próprio Credo que rezamos. Essa fonte histórica de Tácito está confirmando aquilo que nossa fé diz.”

Relato de Suêtonio

Temos ainda o relato do livro “Os doze Césares”, de Suêtonio, que na página 263 diz assim: “os judeus sublevados constantemente pelo incitamento de Cristo, foram expulsos de Roma por causa dele.” Este relato confirma a perseguição que Nero fazia aos primeiros cristãos, e confirma que os cristãos agiam por ordem de Cristo, confirmando a historicidade de Cristo, isto se prova quando é dito: “os judeus sublevados constantemente pelo incitamento de Cristo (…)”.

Relato de Plinio o Jovem

No ano 112 temos o governador da Ásia Menor, Plinio o Jovem, que escreveu na epístola 96 que naquele tempo haviam seguidores de Cristo naquela região e por conta deles a superstição havia atingido todos os lugares, ele diz o seguinte: “E o contágio desta superstição não se estendeu unicamente pelas cidades, mas também se propagou pelos povos de Campos. Acredito, com todo, que a enfermidade pode ser detida e curada. Certamente, é um fato comprovado que os templos, que já se encontravam praticamente abandonados, começaram a ser frequentados novamente, que cerimônias sagradas, interrompidas durante um longo tempo, voltaram a ser celebradas, e por toda parte se vende a carne das vítimas sacrificadas, para qual até pouco tempo encontravam-se escassos compradores. Isto se deduz facilmente grande quantidade de pessoas poderia ser afastada dessa superstição se a elas fosse oferecida a absolvição no caso de retratação”.

Aqui Plinio o Jovem relata. que a superstição estava crescendo naquele lugar. Ele escreve isto no ano 122, quando os cristãos já estavam sendo perseguidos. No número 7 ele diz o seguinte: “Houve entre eles quem assegurou, além disso, que toda sua culpa, ou melhor, todo o seu erro consistiu tão somente em reunir-se regularmente em certo dia antes do nascer do sol, entoar alternadamente entre os presentes um hino em honra de Cristo, como se de um deus se tratasse”. Aqui provavelmente ele estava referindo-se à Missa.

No entanto, este relato confirma o seguinte: que na época em que os cristãos eram perseguidos aumentou as superstições, posto que alguns começaram a abandonar a fé, todavia, alguns outros continuaram adorando a Cristo e o tratando como Deus, como o relato pontua. Conclusão: os primeiros cristãos eram perseguidos mas mesmo assim alguns continuaram adorando-O e louvando-O.

Relato de Luciano de Samosa

Há outras fontes também do escritor grego Luciano de Samosa, que em seu livro “A morte de Peregrinos” afirma que dizem que o Cristo foi honrado na Palestina, que foi crucificado depois de introduzir um novo culto entre os homens, que Ele era uma espécie de sofista que foi crucificado.

Ora, este relato confirma que Cristo fundou uma religião, quando diz que introduziu um novo culto entre os homens; confirma ainda que os primeiros cristãos que seguiam-O honravam-O na Palestina. Portanto, Jesus fundou uma religião e foi adorado pelos homens da época.

Fontes arqueológicas de Cristo

Existem também fontes arqueológicas de Cristo, como o Santo Sudário e as relíquias da Santa Cruz.

Santa Cruz

O primeiro a pesquisar sobre as relíquias da Santa Cruz foi São Luciano de Antioquia, como é descrito na obra “História da Igreja dos Apóstolos e dos Mártires” de Daniel Rops. Jesus foi crucificado em um lugar muito importante, por isso muita coisa sobre sua crucificação era sabida, na Gólgota, mas devido a um incêndio que aconteceu em Jerusalém este lugar foi destruído, mas o Imperador Alexandre fez encima deste local um edifício em honra a Vênus. Teria que ser feito uma escavação neste local para descobrir se a Cruz de Cristo estava mesmo lá. Existe um relato no livro “A Vida de Cristo” de Eusébio de Cessareia, onde ele fala que foi feito nesse local uma escavação a pedido de Constantino. Isto acontece por volta do ano 325 d.C, logo depois do Concílio de Nilceia, mas só é descoberta a Cruz de Cristo anos depois pela mãe de Constantino, Santa Helena. Temos um relato de como teria sido este encontro feito pela obra de Daniel Rops:

“Depois de algumas semanas de trabalho e de muita terra removida, apareceu a finalmente a corcova do Calvário e a gruta do Santo Sepulcro, a comoção foi imensa fora sobre aquela Rocha desnuda que se tinham erguido as cruzes. Continuou a se escavar ainda em volta para isolar o mais precioso, parcela de terra de todo o orbi, e subitamente, no meio do espanto geral, num fosso mal preenchido, ou segundo outros, uma cisterna, aparecerão três cruzes. A coincidência era tão grande que ocorreu de boca em boca a palavra “milagre”. O bispo Macario invocou Deus e suplicou que lhe esclarecesse os seus “daí nós Senhor que saibamos qual destas serviram a vossa glória”, trouxeram uma mulher moribunda e tocaram-na com a madeira, e no terceiro toque, a mulher levantou-se e andou. O Senhor acabava de responder”. Nessa mesma Cruz encontrarão depois a palavra “Inri” e no século 13 foi conferido a autenticidade desta.

A relíquia da Cruz é um fato que não se pode negar, que confirma as Sagradas Escrituras.

Santo Sudário: O Pano que limpou o Rosto de Cristo

Outra fonte arqueológica é o Santo Sudário, famoso pano que limpou o rosto de Cristo. Segundo o livro “Nova luz sobre o Santo Sudário” São Judas Tadeu teria ficado com o Santo Sudário, segundo relatos dos judeus, porém, devido à perseguição que os cristãos sofreram ele desapareceu, mas foi encontrado novamente em 544 d.C na cidade de Endesa, segundo o livro “As Imagens Sagradas” de São João Damaceno. Depois disso o Santo Sudário foi levado a Constantinopla no século X. Porém, no século XIII, em meio a quarta cruzada a um saque em Constantinopla que faz o Santo Sudário desaparecer e depois o reencontram e ele é levado para Atenas, mas ninguém sabia que ele estava lá. Reaparece ele depois em 1349 e foi levado para a França. Depois disso foi levado para abençoar uma cidade, depois foi levado para a Turquia, onde ele está até hoje. Já no século XXI foram feitas diversas pesquisas para confirmar a veracidade do Santo Sudário. Uma delas é a obra “Flores e Plantas do Santo Sudário”, que prova que as flores contidas no Santo Sudário são plantas que nasciam em Jerusalém no período Pascoal. No livro “O Santo Sudário: O que a ciência diz” são relatadas outras pesquisas que confirmam que o que está no linho não é uma pintura pois é uma imagem 3D, e a pintura sempre é de 2D. Também é relatado na mesma obra a intensidade de tons amarelos dentro do Santo Sudário, feita em 2012, que fala que a densidade da cor amarelo faz com que seja impossível que o Santo Sudário seja pintado por um artista. Outra pesquisa é a pesquisa realizada em 2008 descrita na mesma obra na página 59, que aplicou raios lasers que diz que a imagem não pode ter sido impressa, desenhada ou pintada, mas foi colocada devido a uma radiação gama, uma explosão de luz, isto indica que Jesus ressuscitou milagrosamente, posto que uma explosão de luz causado por um cadáver é algo sobrenatural.

Porém, dois ateus fizeram com Carbono 14 onde foi dito que o Santo Sudário seria medieval.

Porém, isto foi devido a uma explosão em Turim, que segundo uma pesquisa feita em 2012 a radiação no tecido alterou o carbono.

Além disso, pôde-se destacar que o homem do Santo Sudário foi flagelado, crucificado e coroado de espinhos.

Parte 2: Jesus Cristo é Deus?

Já vimos que Jesus Cristo existiu. Resta agora provar que Esta Pessoa que existiu, chamada Jesus Cristo, é Deus.

Primeira Evidência: O Próprio Relato de Cristo

Segundo a Sagrada Escritura, Jesus Cristo disse que Ele é Deus (e vimos que a Sagrada Escritura e os outros relatos cristãos são fontes muito confiáveis). Podemos analisar as seguintes passagens:

“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.”

João 1:1–3;

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.”

João 1:14;

“Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.”

Colossenses 2:9–10;

“Moisés perguntou: “Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?” Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”.”

Êxodo 3:13–14.

Aqui vemos que Deus é Aquele que é. Jesus diz ser Ele Aquele que é. Logo, Jesus diz que Ele é Deus. Vemos isto nesta passagem:

“Respondeu Jesus: “Eu afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!””

João 8:58;

“Eu e o Pai somos um”.

João 10:30;

“E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”. Disse-lhe Tomé: “Senhor meu e Deus meu!””

João 20:27–28.

Ora, se Jesus dizia que Ele é Deus, então só temos três opções: ou Jesus é Deus, ou um louco, ou um mentiroso. Entretanto, não é reconciliável com a Pessoa de Jesus dizer que Ele é um louco ou um mentiroso, logo, Jesus é Deus.

Segunda Evidência: Crença dos Apóstolos

A segunda evidência que temos da Divindade de Cristo é a crença dos Apóstolos. Nas Escrituras, os Apóstolos relatam que viram os milagres de Cristo, viram-No ressuscitado, e viram-No afirmando que Ele é Deus.

Ora, os Apóstolos tinham, portanto, total condição de saber se Cristo é Deus ou não, e todos os 12 Apóstolos passaram a crer em Cristo e a adora-Lo. Dado que os Apóstolos tinham condições de saber se Jesus é Deus ou não, isto só pode ser explicado se Jesus de fato for Deus.

Terceira Evidência: Publicidade da Divindade de Cristo e Crença de Muitos

A terceira evidência da Divindade de Cristo é o relato dos cristãos da publicidade da Divindade de dEle. Já vimos que, segundo os relatos cristãos, Jesus Cristo é Deus. Entretanto, segundo estes relatos, Jesus também realiza milagres para provar Sua Divindade, segundo a Escritura, Jesus realizou 35 milagres, muitos deles públicos. Entretanto, a Escritura relata que a Divindade de Cristo era uma Coisa conhecida por todos, todos sabiam disso, pois multidões viam os milagres dEle.

Ora, dado que a Escritura afirma que multidões sabiam da Divindade de Cristo, então as pessoas da época podiam saber se Jesus é mesmo Deus ou não. Se Jesus não fosse Deus e não tivesse realizado milagres, logo veriam que o relato da Escritura seria falso.

Entretanto, as pessoas da época acreditaram nos relatos da Escritura, razão porque, caso ninguém acreditasse, a Escritura não chegaria até os dias de hoje, iria perder-se, Ela só não perdeu-se pois as pessoas acreditaram e passaram para frente.

Dado que as pessoas da época acreditaram no relato da Escritura, isto significa então que Este é verdadeiro, já que as pessoas podiam saber se Tal era verdadeiro ou falso.

Mas, se o relato da Escritura é verdadeiro, Jesus é Deus. Logo, Jesus é Deus.

Quarta Evidência: Testemunho de Sangue de Muitos

A quarta evidência da Divindade de Cristo é o testemunho de sangue de vários para testemunhar que o relato da Escritura é verdadeiro. Já vimos aqui que, sem dúvidas, houveram muitos mártires no cristianismo primitivo.

Ora, todas estas pessoas tinham condições de saber se Jesus é Deus ou não, como vimos, entretanto, todas elas acreditaram Jesus, o que já é uma grande evidência da Divindade de Cristo. Porém, além de acreditarem que Jesus é Deus, várias deram a vida, para mortes dolorosas, para não negarem Jesus e Sua Divindade.

Isto é, sem dúvidas, uma grande evidência da Divindade de Cristo.

Quinta Evidência: A Ressurreição de Cristo

A quinta e última evidência da Divindade de Cristo é a Sua Ressureição dentre os mortos.

Existem muitas evidências de que Jesus ressuscitou. Podemos provar isto a partir de três fatos.

O primeiro fato é que Cristo foi sepultado por um membro do Sinédrio chamado José de Arimateia. Isto pode ser provado pelo seguinte:

“O sepultamento de Jesus é confirmado pela antiga tradição citada por Paulo em 1 Co 15, uma tradição bem antiga e muito próxima a morte de Cristo para ser considerada como mito.

O evangelho de Marcos muda dramaticamente em seu estilo no relato da morte de Cristo, mostrando que ele tinha uma fonte mais velha que o próprio evangelho, que é considerado por muitos acadêmicos o evangelho mais antigo.

É altamente improvável que fosse inventado que um membro do sinédrio, que levou Cristo à morte, desse sepultasse a Cristo.

Não existe nenhum outro relato concorrente. Se o relato fosse fictício era de se esperar algum vestígio histórica ou alguma lenda, mas todas as fontes são unânimes em afirmar o honroso funeral por Jose de Arimateia.”

(William Lane Craig – A Veracidade Da Ressurreição De Cristo)

O segundo fato é que, no domingo, após a ressureição de Cristo, o sepulcro foi encontrado vazio. Isto pode ser provado a partir do seguinte:

“O túmulo vazio também faz parte do evangelho de Marcos. As histórias da morte e do túmulo vazio são uma unidade gramatical que não de tal forma que não se pode falar que foi acrescentada posteriormente.

A antiga tradição de 1 Co 15 que diz que Cristo ressuscitou implica em um túmulo vazio, principalmente por causa da expressão “no terceiro dia”.

O relato de Marcos é um relato simples, desprovido de extravagâncias e acréscimos presentes em lendas.

O relato de mulheres na época não tinha valor como testemunho na época. Então, a ressurreição ser anunciada por mulheres é considerado algo vergonhoso, sendo um argumento a favor da veracidade do que foi descrito.

As próprias mentiras inventadas pelos judeus na época afirmam que o túmulo estava vazio. A própria reação dos judeus foi uma tentativa de explicar o túmulo vazio. Uma evidência vinda dos próprios inimigos do Cristianismo.”

(William Lane Craig – A Veracidade Da Ressurreição De Cristo).

O terceiro fato é que várias pessoas viram Cristo ressuscitado. Isto pode ser provado pelo seguinte:

“A lista de testemunha citada pela tradição de Paulo em 1 Co 15 aponta às aparições.

As diferentes aparições são confirmadas entre os evangelhos (lembre-se que cada evangelho é um livro distinto), um forte indicativo para saber se algo é histórica (fontes independentes atestando os mesmos eventos).

Certas aparições tinham marcas próprias de historicidade, como o irmão de Tiago que não era um crente em Cristo, de acordo com os evangelhos (e não havia nenhum motivo de inventarem isso), mas que virou um mártir pela causa de Cristo. A única explicação possível para essa notável transformação na vida de Tiago é que Cristo apareceu a ele.

Os primeiros discípulos acreditavam que Jesus havia ressuscitado dos mortos, mesmo tendo tudo para não crerem isso: (1) os judeus não tinham nenhuma crença de um Messias morto, mas um Messias que ia expulsar os romanos da Terra Prometida; (2) segundo a lei judaica, a execução de Cristo, pendurado no madeiro, atestava que ele estava sob a maldição de Deus; (3) as crenças judaicas da época sobre vida após a morte não continham nada sobre alguém ressuscitar antes do último dia.”

(William Lane Craig – A Veracidade Da Ressurreição De Cristo).

Podemos agora nos perguntar: qual melhor explicação para o sepulcro vazio, a crença dos discípulos na ressureição de Cristo e as aparições de Cristo após a morte para inúmeras pessoas? Para William Lane Craig, é a ressureição de Cristo.

Dado tudo isto, podemos concluir que Cristo ressuscitou dentre os mortos. Logo, Ele é Deus.

Parte 3: Jesus fundou a Igreja Católica?

O objetivo desta parte é demonstrar que Jesus fundou a Igreja Católica Apostólica Romana

Provas bíblicas

A primeira prova bíblica que podemos utilizar para demonstrar que Jesus fundou uma Igreja é Mt 16:19.

Nesta passagem, Jesus diz a São Pedro:

“Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja. O poder do inferno não prevalecerá contra Ela. Eis que te dou as chaves do Céu. Tudo que ligares na terra será ligado no Céu, e tudo que desligares na terra, será desligado no Céu”.

Padre Paulo Ricardo, no seu artigo “Cristo quis fundar uma Igreja?”, comenta o seguinte acerca desta passagem:

“E a Simão, filho de Jonas, chega a impor-lhe um novo nome, muito significativo: Kepha e declara solenemente: “Tu és Kepha e sobre este Kepha edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 18). A palavra aramaica “kepha” quer dizer pedra ou melhor “rocha”. Assim, pois, é como se Jesus tivesse dado a Simão o nome de Rocha: “Tu és Rocha e sobre esta rocha edificarei a minha Igreja”. Cristo, por conseguinte, quer construir uma Igreja. Mas uma Igreja firme, inabalável, imperecível. Daí a ideia de construí-la sobre uma rocha. A imagem da “casa construída sobre uma rocha” não era nova. No sermão do monte dissera Jesus:

Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as observa será comparado a um homem sábio que edificou a sua casa sobre uma rocha. Veio a chuva, transbordaram os rios, assopraram os ventos e precipitaram-se contra aquela casa, e a casa não caiu, porque estava fundada sobre uma rocha! (Mt 7, 24–25)

Assim queria também o sábio Jesus edificar a sua Igreja sobre a rocha: Ele previa que os aguaceiros haveriam de desabar, os rios de transbordar, os vendavais haveriam de soprar e dar de rijo contra a Igreja – mas debalde, pois que estaria “construída sobre a rocha”. Por isso continuou Jesus aquelas memoráveis palavras dirigidas a São Pedro: “E as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18). Divina promessa! Virão acometidas e assaltos, a Igreja terá seus adversários que investirão contra ela – mas estas “portas do inferno” não prevalecerão… Temos aí a garantia divina da indefectibilidade da Igreja de Cristo.”

Vemos então que, pela tradução original, é dito “Tu és Pedra, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”. Fica claro portanto, por regra gramatical, que Jesus referia-se a Pedro ao dizer “sobre esta Pedra…”.

Ainda, é dito que a Igreja é fundada sobre Rocha firme, que como o próprio Evangelho diz em outras passagens, Rocha é aquilo que resiste a todos os males. Depois, ainda é dito que o poder do inferno não prevalecerá contra a Igreja. Ora, isto refuta os reformadores quando afirmaram que os Concílios da Igreja são falíveis, pois, ao afirmarem isto, negam que o poder do inferno não prevalecerá contra a Igreja, e negam que Ela foi construída sobre Rocha firme, logo, negam os dizeres de Cristo.

Outra prova bíblica que podemos mencionar é a seguinte:

“A mim me foi dado – declara Ele aos Apóstolos – todo o poder no céu e na terra: Ide, pois, e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que eu vos tenho mandado. E eis que estou convosco até a consumação dos séculos” (Mt 28, 18–20).

Se Jesus manda os apóstolos ensinarem tudo aquilo que Ele pregou, Ele esta fundando uma religião, mais uma evidência de que Jesus fundou uma Igreja.

Observai os mandamentos significa que os apóstolos deviam observar a lei moral e mandar os outros fazerem o mesmo.

Batizai significa os Sacramentos.

E qual a importância desta passagem?

Podemos relaciona-lá com as passagens da conversão de Saulo, que perseguia cristãos, como explica o artigo da Canção Nova “A conversão de Saulo. Saulo Saulo, por que me persegues?”:

“Depois disso Saulo rumou para Damasco, na Síria, sedento de aniquilar os seguidores da nova “seita do Caminho”, mas Cristo o deteve; mostrou-se a ele que caiu por terra e reconheceu que era Jesus, cujos discípulos ele perseguia. Junto com a queda, aconteceu a conversão; Jesus apenas lhe diz: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” O futuro apóstolo entendeu então que não perseguia apenas os discípulos de Jesus, mas o próprio Cristo em cada um deles. É a realidade do Corpo Místico de Cristo, a Igreja, onde cada um é membro deste Corpo (cf. I Cor 12,28).

Paulo, então, dominado, não tem outra palavra, senão esta: “Senhor, o que queres que eu faça?”. E Cristo o envia ao velho Ananias, que lhe dará o batismo da salvação. E Deus diz a Ananias: “Este homem é para mim um instrumento escolhido, para levar o meu nome diante das nações pagãs, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto lhe é preciso sofrer em favor do meu nome” (At 9,15–16).

E tudo isso se realizou plenamente na vida do grande apóstolo, que fez de Cristo a razão do seu viver: “Fui crucificado junto com Cristo. já não sou mais eu quem vivo, é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e morreu por mim” (Gal 2.20–21).”

Podemos entender com isto que quando Jesus manda os apóstolos pregarem, seguirem sua lei, e realizarem os sacramentos, Jesus queria dar a continuidade do seu ministério, que está com a tradição da Igreja, que é o Corpo Místico de Jesus. Por isso que quando Saulo perseguia os discípulos, Jesus o disse que Saulo perseguia a Ele, “Saulo Saulo, por que -me- persegues?”. Portanto, eis aí mais uma evidência de que Jesus fundou uma Igreja.

E depois disso, São Paulo ainda detalhou na sua carta a 1 Coríntios 15:5–11, que os ensinamentos dos discípulos de fato são a continuação dos ensinamentos de Jesus, as verdades estavam sendo reveladas pela sucessão apostólica dos discípulos, que eram o próprio Corpo Místico de Jesus, que significa o ide e ensinai. Vejam o que a passagem diz:

“e apareceu a Pedro e depois aos Doze.

6 Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido.

7 Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos;

8 depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo.

9 Pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus.

10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo.

11 Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isso que pregamos, e é nisso que vocês creram.”

São Paulo termina falando que a verdade é aquela, pois é aquilo que os apóstolos, que são a Igreja de Deus, de Cristo, prega, sendo assim, é o que o próprio Cristo que prega.

Agora, vamos analisar o “ide e batizai”, os sacramentos.

Podemos analisar a carta a 1 Coríntios 11:17–25, onde ele apresenta a Santa Missa, e diz que aquilo é o que é ensinado e feito pelos apóstolos, mais uma vez, provando a sucessão apostólica, vejam a passagem:

“17 Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.

18 Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.

19 E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.

20 De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.

21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.

22 Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.

23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;

24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.

25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.”

Como sabe-se que São Paulo nunca conheceu a Jesus pessoalmente, apenas quando Jesus pergunta por que ele o perseguia, São Paulo recebeu o ensinamento do Sacramento da Eucaristia e os ensinamentos sobre a Santa Missa dos apóstolos, e fala que foi do Senhor Jesus, pois os apóstolos são o Corpo Místico de Jesus, mais uma vez provando a sucessão apostólica nos sacramentos, e que esta é o próprio Jesus que se faz no lugar dos apóstolos.

Sobre o ide e observai os mandamentos, aqui Jesus da autoridade aos apóstolos sobre os mandamentos, e é possível observar em 1 Coríntios 5:1–7 que São Paulo, por estar no nome de Jesus, excomunga uma pessoa que praticava incesto, como podem ver:

“1 Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem possua a mulher de seu pai.

2 Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.

3 Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou,

4 Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo,

5 Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.

6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?

7 Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.”

Isto prova também que os apóstolos tinham autoridade sobre a Lei, sendo eles o Corpo Místico de Deus (Cristo), pois o dono da Lei é Ele, e como está passagem está na Bíblia, São Paulo não fez algo errado, logo, os apóstolos eram, mais uma vez concluído, o Corpo Místico de Cristo.

Sendo assim, podemos ver com estas passagens de São Paulo que as ordens dadas por Jesus em Mateus 28:19 eram ordens aos apóstolos que continuassem Sua missão, sendo Ele que estava lá, por meio da tradição da Santa Igreja dos apóstolos.

Se Cristo deu está ordem aos Apóstolos, tal ordem é infalível, pois Nosso Senhor não ordenaria pessoas a fazerem coisas que pudessem ser falhas. Portanto, Cristo funda uma Igreja Apostólica Infalível. Fica mais claro ainda que a Missão dos Apóstolos é infalível quando Cristo diz: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, ou seja, Cristo está com os apóstolos todos os dias, vai estar com eles na Missão. Logo, a Missão não pode ser falha. Se a Missão fosse falha, a falha teria começado no princípio, posto que, quando algo é falho, falhou quem fundou aquilo. Ora, Cristo fundou a Missão Apostólica, logo, Ela é infalível

Fica ainda mais claro que a Missão não pode ser falha nesta passagem:

“Quem vos ouve a mim me ouve; quem vos despreza a mim me despreza; mas quem me despreza, despreza aquele que me enviou” (Lc 10, 16).

Nesta passagem Cristo está dizendo que, quem não ouvir os Apóstolos, não O ouve. Ora, se a Missão dos Apóstolos fosse falível, então Cristo seria falível, posto que Cristo afirma que quem nega os Apóstolos nega a Ele.

Podemos provar a sucessão apostólica nestas passagens:

“O Espírito de verdade vos ensinará toda a verdade” (Jo 16,13). Aqui a referência é ao Espírito Santo. Aqui é dito que o Espírito Santo estará com os Apóstolos e ensinara-os toda a verdade. E antes, no capítulo 14, versículo 16, é dito:

“E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que permaneça eternamente convosco, espírito de verdade etc”.

Ora, se o Espírito Santo permanecerá eternamente com os Apóstolos, há uma sucessão apostólica, posto que, como argumenta Santo Afonso de Ligorio, os Apóstolos não são eternos nesta vida mortal.

Fica provado portanto, pela Sagrada Escritura, que Jesus fundou uma Igreja dos Apóstolos.

Provas Patrísticas

Podemos encontrar também, entre os escritos dos Pais da Igreja, que Jesus fundou uma Igreja.

Podemos provar, em primeiro lugar, por Santo Inácio de Antioquia, discípulo direto de São Paulo. Ele escreve, no ano 108 d.C a São Policarpo discípulo direto de São João Evangelista, uma carta. No número 8 desta carta ele escreve o seguinte:

“A comunidade se reúne onde estiver o bispo. E onde está Jesus Cristo, está a Igreja Católica”.

Alguns costumam dizer que a Igreja Católica foi fundada por Constantino, mas eis aqui uma prova de que não foi, posto que a Igreja dos Apóstolos fundada por Jesus Cristo já era chamada de Igreja Católica 200 anos antes de Constantino.

Em segundo lugar, se prova com as palavras de São Cirilo, que, no século IV, mais uma vez antes de Constantino, usa a palavra católico para separar os hereges arianos dos que estão com a verdadeira doutrina dos apóstolos, que é a Igreja Católica.

Em terceiro lugar, prova-se com as palavras de Irineu de Lião, que escreve, na sua obra “Contra As Heresias” do século II d.C, o seguinte:

“Não foi, portanto, por ninguém mais que tivemos conhecimento da economia da nossa salvação, mas somente por aqueles pelos quais nos chegou o Evangelho, que eles primeiro pregaram e, depois, pela vontade de Deus, transmitiram nas Escrituras, para que fosse para nós fundamento e coluna da nossa fé.”

(Contra As Heresias, 246p, editora Paulus).

Aqui é dito que a Tradição vem primeiro que as Escrituras, pois o Evangelho primeiramente foi pregado oralmente e depois fixado em textos escritos. Depois disso, Irineu de Lião continua:

“Nem é lícito afirmar que eles pregaram sem antes possuir a gnose perfeita, como ousam alguns que se gloriam de corrigir os apóstolos, por que, depois da ressureição de Nosso Senhor dos mortos, os apóstolos foram revestidos da força do alto, pela vinda do Espírito Santo, foram repletos de todos os dons e possuíram o conhecimento perfeito. Foi então que foram até as extremidades da terra anunciando a boa nova dos bens que Deus nos concede é a paz celeste para os homens: eles possuíam, todos e cada um o Evangelho de Deus”

(Contras As Heresias, 247p, editora Paulus).

Aqui é dito que os apóstolos pregaram com gnose perfeita e que não podem ser corrigidos, pois estão repletos do Espírito Santo e com conhecimento perfeito, e possuem cada um deles o Evangelho de Deus. Aqui é relatado, portanto, que os apóstolos possuem poderes especiais, é relatado a autoridade deles. É relatado, no entanto, que há uma Igreja Apostólica.

Depois, Irineu de Lião confirma que Igreja é esta:

“Assim, Mateus publicou entre os judeus, na língua deles, o escrito dos Evangelhos, quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja”

(Contra As Heresias, 247p, editora Paulus).

Aqui é relatado que a Igreja Apostólica é Romana, pois é relatado que São Pedro, o primeiro Papa, evangelizou e fez a Igreja em Roma.

Depois disso, Irineu de Lião insiste mais uma vez a autoridade dos Apóstolos de ensinarem:

“Eles todos nos transmitiram que há um só Deus, Criador do céu e da terra, anunciado pela Lei e pelos profetas, e um só Cristo, Filho de Deus. E se alguém não acredita neles despreza os que tiveram parte com o Senhor, como também despreza o Pai; e ele mesmo condena-se, ao resistir e opor-se à própria salvação. E é isto que fazem todos os hereges.”

(Contra As Heresias, 247p, editora Paulus).

Aqui é confirmado que o ensinamento que temos hoje da nossa fé vem dos Apóstolos, da Igreja Apostólica, e quem opõe-se a Ela opõe-se ao Pai.

Depois Irineu de Lião afirma que a verdadeira Tradição é a de Roma mais uma vez:

“Mas visto que seria coisa bastante longa elencar, numa obra como esta, as sucessões de todas as Igrejas, limitar-nos-emos à maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos, refutaremos todos os que de alguma forma, quer por enfatuação ou vanglória, quer por cegueira ou por doutrina errada, se reúnem prescindindo de qualquer legitimidade. Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa de sua origem mais excelente, toda a Igreja, isto é, os fies de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos.”

(Contra As Heresias, 249 a 250p, editora Paulus).

Conclusão da Parte:

Conferimos com as Escrituras e com a Patrística que Jesus fundou uma Igreja; conferimos também com a Escritura e com a Patrística que esta Igreja é Santa e Apostólica; conferimos com a Patrística que Ela é também católica e Romana.

Podemos concluir, no entanto, que Jesus fundou a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Referências: 

2: Sagradas Escrituras;

3: História das Heresias e Suas Refutações, Santo Afonso de Ligorio;

4: Contra As Heresias, Irineu de Lião.

Curso “Deixe de Ser Enganado” do historiador Edmilson Cruz;

“Tomo I: Antiguidades” – Frei Dagoberto Romag;

2. “A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires” – Daniel-Rops;

3. “A vida dos 12 Césares” – Suetónio;

4. “A História dos Hebreus” – Flávio Josefo;

5. “Anais” – Tácito;

6. “O Santo Sudário: Testemunho da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo” – Plinio Maria Solimeo;

7. “A Paixão de Cristo segundo o cirurgião” – Pierre Barbet;

8. “O Santo Sudário: o que diz a ciência” – Michelangelo Giotto Santoro Trigueiro;

9. “As Flores e Plantas do Santo Sudário” – Avinoam Danin;

O ESTATUTO JURÍDICO DAS PERSEGUIÇÕES DOS CRISTÃOS NO IMPÉRIO ROMANO

William Lane Craig – A Veracidade Da Ressurreição De Cristo;

Em Guarda, William Lane Craig.